Vamos procrastinar!

Sempre me disseram que a procrastinação era algo ruim, que deveria ser evitada a todo custo. A princípio acreditei piamente, como se fosse uma lei universal. Ao passar dos anos, porém, descobri que a coisa não é tão monocromática assim.

A quase totalidade dos textos que tratam do assunto abordam apenas o lado negativo, fornecendo receitas(?!) de como eliminá-la. Porém daremos aqui um outro enfoque, um contraponto ao costumeiro não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje.

Creio que a procrastinação tem mais a ver com valores, urgência e importância do que com uma mera lista de tarefas. A grande questão, como diria Paul Graham em seu artigo A boa e a má procrastinação, não é como evitá-la, mas como procrastinar bem.

O primeiro passo é a identificação do que pode ser protelado. É uma lástima deixar para iniciar um trabalho, solicitado com bastante antecedência, apenas dias antes da sua entrega. Mas o que dizer das atividades do dia-a-dia, ou das menos importantes?

Não se trata de um mero desprezo para com as tarefas cotidianas, mas de saber lidar melhor com elas. É uma questão de oportunidade.

Você trabalhou para resolver um problema complexo nas últimas duas horas e está em um elevado grau de concentração, mas sabe que tem que ir buscar uma encomenda nos correios. Postergue esta saída para amanhã e continue resolvendo o problema, não perca a inspiração.
Não se deve interromper uma tarefa complexa, que exige energia mental abundante, para cuidar de de afazeres simples, que podem ser adiados sem problemas.

Quem nunca teve aquela sensação de achar o dia curto demais para as atividades que assumiu? Contudo, a chave é não ser escravo do tempo, mas senhor dele. Nesse sentido, temas atuais como lifehacking podem nos ajudar a desenvolvermos uma boa procrastinação.

Não tenha medo em adiar. Se precisar de um novo provérbio, faça amanhã o que irá atrapalhar o que está sendo feito hoje.

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